quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Resultado do Concurso

Parabéns a todos os participantes!!!

Foi um fim de ano corrido. Em meio a provas e trabalhos, poucos conseguiram arrumar um tempinho para escrever seu texto e, por isso, todos os concorrentes podem se considerar vencedores, e todos saíram premiados.

Assim, fica todo mundo feliz :D

Até a próxima ;)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Premiação

O resultado do Concurso será divulgado dia 17/12, na Reunião de pais. Por isso, todos os concorrentes deverão comparecer no dia da Reunião.

:D

sábado, 7 de dezembro de 2013

O mistério assombrado - Kauany 5a.D

E, finalmente, a última concorrente do Concurso Literário MKF 2013 é Kauany da 5a.D, que nos traz um conto de arrepiar. 


O Mistério Assombrado

No Dia 22/11/1986 Um Grupo De Amigos Se Reuniram Para Ir A Uma Casa Na Praia. Lá Nessa Casa Da Praia Estavam Kauany, Yasmin, Naely, Gabriel Messias (Conhecido Como Messias), Eduardo E Marcos. Kauany Tinha 19 Anos, Yasmin Tinha 18, Naely Tinha 17, Gabriel Tinha 19, Eduardo Tinha 18 E Marcos Era O Caçula Da Turma, Tinha Apenas 16.
À Noite, Montaram Uma Fogueira Na Areia Da Praia E Ficaram Conversando. Naely Passou Mal E Foi Dormir. Logo Depois, Yasmin E Marcos Também Foram Dormir E Eduardo Foi Nadar. Ficaram Apenas Kauany E Gabriel. Eles Ficaram Conversando Por 5 Minutos. Logo Depois, Eduardo Chamou Gabriel Para Nadar E Ele Foi Com O Amigo, E Kauany Ficou Sozinha Na Areia Da Praia. Logo Depois, Eduardo E Gabriel Saíram Do Mar, Ficaram Um Pouco, Junto Com Kauany, Conversando E Depois Os Dois Foram Dormir. Kauany Continuou Lá Do Lado Da Fogueira, Foi Nadar Um Pouco E Depois Voltou À Fogueira, Pegou No Sono E Dormiu Lá Mesmo.
De Manhãzinha, por volta das 8:00 Horas, Gabriel Acordou E Viu Que Kauany Não Estava Dentro Da Casa Da Praia E Nem Do Lado Da Fogueira. Então Gabriel, Assustado,  Acordou A Todos E Avisou Que Kauany Havia Sumido. Todos, Assustados, Foram À Procura De Kauany. Então Cada Um Foi Para Um Lado. Naely E Marcos Foram Procurar No Mar, Yasmin E Eduardo Foram Procurar Pelos Lados Da Casa Na Praia E Gabriel Sozinho Disse: 
- Pode Deixar, Pessoal, Como Sou O Mais Velho, Vou Sozinho Por Fora Da Praia Procurar A Kauany.
Todo Mundo Disse:
- Ok, Pode Ir, Mas Tome Cuidado, Pois Se Ouve Boatos De Que Por Aqui é Assombrado.
Naely E Marcos Não Encontravam Kauany. Já Estava Tarde, Então Eles Voltaram Para a Casa Da Praia.
Yasmin E Eduardo Ficaram Procurando Até às 20:00 Horas Da Noite, Não Acharam Pistas, Muito Menos Ela. Então Voltaram Para Casa Da Praia.
Gabriel Procurou, Procurou E Procurou. Não Achou, E Mesmo Assim Continuou Procurando. Gabriel Ficou Com Sono, Pois Já Era Tarde Da Noite. Ele Viu Uma Casa De  Madeira E Entrou À Procura De Abrigo. No Outro Dia, Quando Gabriel Entrou Na Casa, Disse:
- Olá De Casa! Alguém Está Aqui?
Ninguém Respondeu. Então Ele Foi Logo Entrando.
Quando Ele Entrou, Reparou Que Tinha Olhos Em Potinhos. Ele Achou Estranho, Mas Pensou Que Fosse De Borracha. Sentiu Fome, Então Abriu A Geladeira E Reparou Que Tinha Braços E Pernas Na Geladeira, E Foi Aí Que Ele Percebeu Que A Casa Era De Um ''CANIBAL''. Ele Já Estava Indo Embora Daquela Casa Quando Percebeu Que Começou A Chover E O Céu Estava Cheio De Trovões, E O Canibal, Dono Da Casa, Estava Chegando De Caminhão. Gabriel Rapidamente Se Escondeu No Porão Grande E Escuro. Ele Foi Andando De Costas E Sentiu Uma Pessoa Atrás. Era Kauany, Com Uma Corda Pendurada No Pescoço, Com As Mãos E Pés Amarrados.
Gabriel Se Assustou e Começou A Chorar, Pois Pensou Que Kauany Estava Morta. Mas Mesmo Assim Ele Desamarrou A Corda Do Pescoço De Kauany, Os Braços E As Pernas. Pegou Kauany E Viu Que Ela Não Estava Morta, Estava Apenas Desmaiada E Sangrando. Gabriel Então Disse:
- Kauany, Acorde, Kauany, Por Favor, Acorde...
Então Kauany Ouviu A Voz De Gabriel E Acordou.
Logo Veio O Canibal. Kauany E Gabriel Ficaram Em Choque, Mas Gabriel Teve Uma Idéia. Então Pegou Kauany E a Tirou Do Porão Por Um Esconderijo Secreto. O Canibal Viu Kauany E Gabriel Correndo, Então Pegou Seu Caminhão E Correu Atrás. Kauany E Gabriel Continuaram Correndo, Mas Kauany Tropeçou Em Uma Pedra E Quase Que O Canibal Conseguiu Pegá-la, Sorte Que Tinha Um Espantalho Ao Lado E, Com Isso, Kauany Conseguiu Pegar O Espantalho E Jogar No Motor Do Carro, Que Estava Aberto. Com Isso, Uma Parte Da Madeira Do Espantalho Se Prendeu No Motor E O Carro Parou De Funcionar. Kauany E Gabriel Correram, Correram E Correram E Conseguiram Chegar À Casa Da Praia.
Clique em "mais informações" para ler a continuação

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Atenção, concorrente!!!

Releia seu texto publicado. Caso haja algum erro, informar na caixa Mensagem. ;)




O sapato engraçado - Camilla 5a.E

A Camilla da 5a.E também está concorrendo na categoria Poesia. Venha conferir!

O sapato engraçado

 O sapato engraçado 

 com perna e com rabo, corcunda,
 afunda, profunda, segunda, 

 o sapato engraçado.
 Segunda-feira foi à ceia,
 terça-feira foi à feira,
 quarta-feira foi à mangueira,
 quinta-feira foi à esquina,
 sexta-feira ao lago pesca,
 mamãe de sapato disse:
 tá nervoso, vai pescar.



Camilla 5a.E

A Revolta - Fernanda M. 5a.E

A Fernanda M. da 5a.E escreveu um conto que também nos faz refletir sobre a relação entre pais e filhos. Chegou o momento da revolta!

A Revolta

Era uma vez uma menina rica de 16 anos que tinha um sonho. Esse sonho era poder ter liberdade para poder ser o que quiser, para poder se expressar como quiser. Mas os pais dessa menina eram contra essas coisas, e o sonho dela era poder se tatuar, colocar piercing.
Os pais dela diziam que era errado fazer isso, coisa que é verdade.
Mas a menina se revoltou e resolveu colocar piercing. Quando chegou em casa, seus pais a fizeram tirar o piercing e ela se revoltou com esse ato: resolveu fugir de casa.
Quando ela fugiu de casa e foi morar nas ruas, ela sofreu muito, mas conseguiu muitas amizades e resolveu nunca mais voltar para a casa, até que resolveu ir morar com uma amiga e com seu namorado. Eles a influenciaram a roubar e ela começou a fazer seus assaltos. Quando viu que tinha liberdade, começou a fazer tatuagens e colocar piercing.
Até que um dia ela foi pega em um de seus assaltos e ficou presa, e percebeu que, enquanto estava presa, nenhum dos seus amigos foram lhe visitar, somente os seus pais, que resolveram pagar sua fiança.
        Assim que saiu da cadeia, como ela era rica, resolveu fazer uma limpeza de pele e tirar todas as suas tatuagens e piercing, e percebeu que seus pais sempre estavam certos e nunca conseguiria viver sem o amor deles.  
Fernanda M. 5ª.E

Meu Próprio Mundo - Júlia 5a.E

A Júlia da 5a.E é a quarta concorrente na categoria poesia com um texto em prosa, ao invés de verso. Vamos conhecer o mundo da Júlia! 


Meu Próprio Mundo



  Meu mundo é um mundo cheio de coisas. No meu mundo eu vivo cercada de amigos e amigas, eu adoro todos eles (as). O que eu mais gosto nele é minhas músicas e desenhos, lá eu tenho tempo para fazer o que eu quero, no mundo eu posso até aprender várias coisas, mas no meu mundo eu posso ouvir qualquer música. E também ficar com as pessoas que eu gosto de ficar. Ninguém pode entrar nesse mundo porque esse mundo vive na minha imaginação, é lá onde eu crio as minhas aventuras. Mas no mundo de verdade eu até tenho as minhas aventuras. Nesse mundo eu também posso ouvir a música que eu quero e fazer o desenho que eu quero, só  que no meu mundo não tem coisas ruins ou pessoas ruins, nesse meu mundo eu posso levar quem eu quiser e fazer o que eu quiser também. Lá eu faço. É muito bom porque lá eu não tenho que me preocupar se alguém vai me roubar ou não; só sei que esse mundo é muito bom e se você quiser ter um é só soltar a imaginação e criar o seu:
                                Próprio Mundo
               Como eu fiz

Júlia 5a.E

A Tranqueirada Desengonçada - Leonardo B. 5a.B

O Leonardo B. da 5a.B também está participando na categoria Poesia, com um poema bem engraçado. Venha conferir!


 A Tranqueirada Desengonçada

Panelas, roupas, sapatos,
Não falta mais nada
O que vou dizer
Dessa tranqueirada desengonçada?

Encontramos asas de fada,
de marimbondo e até uva passa
O que vou fazer
Nessa tranqueirada desengonçada?

Mas também têm vantagens!
Como bilhetes de viagens
E malas para bagagens
É um conto de fadas,
Essa tranqueirada desengonçada.

Leonardo B. 5a.B 

Eu adoro dormir - Abigail 5a.D

A segunda concorrente na categoria Poesia é a Abigail da 5a.D, que escreveu um poema muito divertido. Venha conferir!


Eu adoro dormir

Dormir? Eu adoro!
Eu adoro? Dormir!
Se não estiver dormindo,
Pro facebook vou ir.

Dormir? Eu adoro!
Eu adoro? Dormir!
Se não estiver dormindo,
Pra escola vou ir.

Dormir? Eu adoro!
Eu adoro? Dormir!
Se não estiver dormindo,
Comendo estarei.

Dormir? Eu adoro!
Eu adoro? Dormir!
Mas, aliás, por que eu adoro dormir?
- É de graça, eu gosto, e faz bem pra mim.

Mas não posso, simplesmente,
Só dormir,
Tenho uma vida longa
Pra me divertir.

Abigail 5a.D

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Menino que Amava Futebol - Fernanda 5a.B

A sexta concorrente na categoria Conto é a Fernanda da 5a.B, com uma história que nos faz refletir a  relação entre pais e filhos. Venha conferir!

O Menino que Amava Futebol

        Havia um garoto que gostava muito de futebol. Ele morava numa rua que ainda não tinha sido asfaltada. O sonho dele era jogar em um gramado (um campo de futebol).
Num dia de sol, o garoto recebeu uma proposta para ir jogar em um campo de futebol, assim poderia realizar seu sonho. O garoto, muito feliz, aceitou a proposta e assim disse ao pai:
- Pai, me dá uma chuteira para eu jogar futebol e virar um jogador profissional ?
Então o pai respondeu:
- Meu filho, nós não temos dinheiro suficiente para comprar chuteiras, quase não temos para pagar as contas, imagine para comprar chuteiras... Mas irei tentar comprar sua chuteira.
O garoto seguiu o pai até o serviço. Quando chegou lá, falou:
- Pai, você vai comprar minha chuteira, né?
O pai respondeu:
- Sim, querido, irei comprar... 

O pai trabalhava de pedreiro e, infelizmente, naquele dia, caiu de um andaime e fraturou a cabeça. 
O garoto, desesperado, correu para a igreja e começou a rezar. Pedia a Nossa Senhora Aparecida que seu pai sobrevivesse. Logo depois recebeu a noticia que seu pai tinha falecido ele ficou muito triste e começou a chorar.
Passaram-se 30 anos, e o garoto cresceu e virou um grande empresário. Depois de um tempo, teve seus filhos, que cresciam e lhe pediam várias coisas, então ele percebeu como é duro conseguir dinheiro para comprar as coisas. Disse para si mesmo:
-Agora entendo o tanto que meu pai sofria!!!


Fernanda 5a.B

A Raposa e o Pássaro - Leonardo B. 5a.B

O quinto concorrente na categoria Conto é o Leonardo B. da 5a.B, que nos traz uma fábula para refletirmos melhor a respeito de quem depositamos nossa confiança.


A Raposa e o Pássaro

Um dia, uma Raposa caminhava pela floresta quando avistou um Passarinho, que estava tentando fazer seus filhotes dormirem para ir pegar comida para eles. Logo foi perguntando:
-O que está fazendo, pobre passarinho? - Já com água na boca de ver os filhotes.
-Estou tentando deixá-los quietos para ir apanhar comida para eles.
-Pode ir – respondeu a Raposa...
-Mas, como? Não posso deixá-los agitados assim, senão eles caem e algum predador pode comê-los, de jeito nenhum!
-Pode ir, eu fico com eles!
-Mas, como eu posso confiar numa Raposa que vive comendo animais por aí?
-Eu juro pela minha palavra de Raposa! E você poderia descê-los do ninho para ficar mais fácil?
O Passarinho, meio desconfiado, desceu o ninho e foi procurar comida. 
Quando voltou, os filhotes e a Raposa já não estavam mais lá. E ele ficou se lamentando pelo resto da vida.


                       Leonardo B. 5ª.B

A Bolsa de Mirela - Laysla 5a.B

O primeiro concorrente - e único até o momento -  na categoria Poesia é a Laysla da 5a.B, que nos trouxe uma graça de poema. Venha conferir!


A Bolsa de Mirela

A bolsa de Mirela,
É uma bolsa amarela.
O que que tem nela?

Guarda álbum de figurinha
Guarda um chaveiro,uma fivela
Guarda um colar de conchinha
E um estojo de aquarela

Ainda tem algo Mirela,
Nessa bolsa amarela ?

Tem boneca de flanela,
E um bilhete da Isabela.
Um chocolate em tablete
E um pão com mortadela.


Laysla 5a.B

domingo, 1 de dezembro de 2013

NÃO MALTRATE OS ANIMAIS - Laysla 5a.B

A quarta concorrente é a Laysla da 5a.B, que traz em seu conto um tema muito discutido em nossa sociedade e uma causa que todos deveriam abraçar.  


NÃO MALTRATE OS ANIMAIS
       

Era uma vez uma gata chamada Nina. Ela vivia só na mordomia, tinha água, leite, carinho e uma cama só para ela.
Tinha tanta sorte de ter toda essa mordomia, enquanto muitos animais vivem na rua desde novinhos, sem nada, embaixo de chuva e sol... A única coisa que eles têm para sobreviver é os restos de comida que as pessoas jogam no lixo.
Um dia, Nina estava atrás de um rato, e fez a maior bagunça. Arrancou a cortina, virou a tigelinha de leite, derrubou o abajur e quebrou a lâmpada, quebrou o vaso de flores, rasgou as almofadas, desfiou o sofá, desenrolou o novelo de lã, desenrolou o rolo de papel higiênico e etc... 
Com isso, a dona dela bateu nela e a colocou na rua. A gata, sem saber o que fazer, correu para perto de uma lata de lixo e lá encontrou um cachorro, e começaram a brigar, só que uma velhinha saiu de uma casa e bateu neles com uma vassoura para eles ficarem quietos. Eles se assustaram e saíram correndo. 
Quando pararam de fugir da velhinha, a gatinha perguntou: 
- Qual o seu nome? 
E ele respondeu: 
- Eu me chamo Marley, e você? 
- Meu nome é Nina - Respondeu a gata! 
Então Marley perguntou: 
- O que vamos fazer agora? 
- Vamos comer alguma coisa, estou com muita fome! – Respondeu Nina. 
Então eles foram procurar algo para comer, mas não encontraram nada, e quando resolveram se deitar para tentar esquecer a fome, uma mulher apareceu e sentiu dó dos dois ali deitados e os levou para dentro de casa. Desse dia em diante, eles tiveram uma vida de verdadeiros Rei e Rainha. 
E a antiga dona de Nina, bom, ela foi presa por abandono e maus tratos aos animais, e nunca mais ninguém ouviu falar dela.




Laysla 5ªB

sábado, 30 de novembro de 2013

Inspirando-se: Ouvir estrelas - Olavo Bilac


Até o momento, nenhum concorrente na categoria que eu mais gosto: Poesia.
Que tristeza! Vamos lá, pessoal! Coragem!
Inspirem-se!!!



Agilize!!!

Mande o seu texto para publicação no blog.

Não deixe para última hora.

Informações no link "Apresentação".

;)

A casa mal assombrada - Jakeliny 5a.D

A terceira concorrente é a Jakeliny da 5a.D, que também nos traz um conto de terror.
É melhor ler o texto e sair correndo quando terminar!!!


A casa mal assombrada


Certo dia, eu, Jakeliny, conheci várias amigas: Abigail, de 13 anos, Heloise, 15 anos, e Emilly, 14. Marquei um dia para nos encontrarmos no Shopping.
Chegando lá, sentamos numa mesa, que eu já tinha reservado, chupamos vários sorvetes de vários sabores. Na hora de ir embora, um homem que a gente não conhecia mandou uma carta, dizendo:      
“Vão lá! Vocês terão uma grande surpresa. Na Rua Bom Tempo, numa casa velha, número 77.”
Chegando lá, a casa era muito velha, não tinha ninguém, e poucos a conheciam, nem ao menos tinham ouvido falar dessa casa. Ficamos com medo de entrar, mas logo entramos, e vimos que nada de anormal estava lá, quando, de repente, logo nos deparamos com um homem, que se identificou, dizendo:
-Sou Antônio, dono desta casa.
Sentado em uma cadeira de balanço, mal falava, daí cada uma foi para um lugar diferente. De repente, ouvimos vários gritos, falando: “Socorro, socorro!”, e todas nós, desesperadas, corremos e nos encontramos num mesmo lugar. Todas estavam bem, mas, faltava a Emilly. Daí o desespero foi maior. Começamos a chorar, sem saber onde ela estava. Saímos em busca da Emilly e, no caminho, encontramos um homem que nos perguntou:
- O que está acontecendo com vocês crianças?                                                          
Daí, a gente respondeu:
- Estamos procurando nossa amiga que sumiu.                                                          
O velhinho nada respondeu, ficou quieto em sua cadeira de balanço, só fazendo ruídos:
- TROK, TROK.                                                                      
Então o velhinho disse:                                                                                 
 -Vão lá, que vocês vão encontrar sua amiguinha, na casa velha, rua Fiorino, número 88.                                                                                                 
Chegando lá, entramos desesperadas à procura da amiga. De repente, encontramos a Emilly. Estava toda amarrada, presa por cordas bem grossas, com uma fita na boca e com um dedo cortado. Entramos em desespero. 
Voltamos para a mesma casa, mas o senhor não estava mais lá. Saímos correndo, encontramos outra pessoa, que perguntou:
- O que aconteceu com vocês crianças?                                                                    
Nós contamos tudo para ele, sobre o que tinha acontecido, e o senhor nos respondeu:                    -Não, nesta casa não mora ninguém com esse nome, o dono dela já morreu, faz muito tempo... O nome dele era Sr. Antônio, ele foi morto na cadeira de balanço com um tiro no coração.
Mas nós falamos:
- Não, senhor, ele estava lá, ele que mandou a gente ir a outra casa buscar nossa amiga que tinha sumido.
- Olhem, crianças, cuidado, não acreditem em tudo o que as pessoas falam por aí, a maldade pode estar por perto, por isso, tomem muito cuidado, não andem sozinhas por aí, porque as pessoas só falam isso para vocês acreditarem, e caírem, e fazerem alguma coisa com vocês.


Jakeliny – 5ª.D

O Hospital - Eduardo 5a.D

O segundo concorrente, Eduardo da 5a.D, escreveu um conto de terror horripilante!
Prepare-se para gritar!


O Hospital

Existia um hospital em São Paulo que as pessoas morriam adoidado. Quando a Prefeitura descobriu, em 1969, foi fechado rapidamente. Mas ainda ficou uma pessoa lá, o zelador, que ficava até tarde.
Um dia, o zelador convidou algumas pessoas para irem com ele ao hospital. Foram com ele: Kauany, Igor, Eduardo e Gabriel, mais chamado de Messias. O zelador disse aos meninos para ficarem no hospital. O Messias disse:
- Zelador, posso colocar algumas câmeras por aí?
E o zelador responde:
- Pode, mas tenha cuidado por favor, ou sua mãe me mata.
- Tudo bem.
O zelador saiu do hospital e sem querer, sem eles saberem, tranca a porta de saída.

***
Messias diz:
- Eduardo e Kauany, vão à frente, e coloquem as câmeras, levem esses rádios e falem quando vocês terminarem. Eu e o Igor vamos arrumar as coisas, beleza?
- Beleza! – responde Eduardo.  
- Beleza! – diz Igor.
- Tudo bem. – diz Kauany.
Eduardo e Kauany foram colocar as câmeras quando Kauany diz:
- Edu, preciso ir ao banheiro, por favor...
- Tá bom. – diz Eduardo.
Eduardo tenta falar com Messias, mas Messias não fala nada.
- Messias, você está aí? Fale alguma coisa.
- ...
Quando Eduardo ia falar com Messias de novo, ouve um grito. O grito vinha do banheiro, e Eduardo fala:
- Só pode ser a Kauany!
Quando ele chegou lá, viu a Kauany chorando e com um pequeno corte no pulso.
- O que aconteceu, Kauany, tá tudo bem?
E Kauany mostra o pulso cheio de sangue e diz:
- Eduardo, me ajude!
Eduardo correu rapidamente para a entrada onde eles estavam e grita:
- Galera, me ajude!
Messias diz:
- O quê?
- Peguem os curativos!
- Por que, o que aconteceu? – perguntou Igor.
- Eu não sei, eu encontrei a Kauany com o pulso cortado e cheio de sangue – responde Eduardo.
Eles vão até lá, e Kauany diz:
- Eu não estou bem – e desmaia.
Eduardo fala:
- Rápido, ela pode morrer com a perda de sangue!
- Vamos pegar alguma coisa pesada para quebrar essa porta – diz Messias.
- Vamos primeiro salvar a Kauany! – diz Eduardo.
Do nada, a lâmpada foi ficando escura, e todos, assustados. Uma menina aparece e pede socorro. Eduardo pergunta:
- Quem é você?
- Yasmim – e aparece, toda assustada, caindo da escada.
Eduardo encontra uma lanterna e ficou abismado quando viu Yasmim com camisa de força e venda.
 Quando Eduardo chama Messias, encontrou Igor, que se lembrou de uma história que o zelador tinha contado, que uma menina tinha morrido no banheiro com os pulsos cortados.
- Messias, Messias! – e Eduardo não achou o amigo.
Igor diz:
- Mano, estou assustado.
- Eu também. A Kauany já está bem? – pergunta Eduardo.
- Sim, ela vai acordar daqui a pouco. Espere aí, você não tinha acionado as câmeras?
- Sim, por quê?
- Espere.
Igor foi ver as câmeras e começou a ver coisas bem estranhas. Eles tinham colocado seis câmeras.
Na câmera 1, foi detectado passos e pessoas sendo puxadas.
Na câmera 2, foi detectado movimento de duas pessoas. A câmera também conseguiu tirar duas fotos da cara deles. As fotos ficariam prontas em dez minutos e trinta segundos.
Na câmera 3, foi feito um vídeo para mostrar.
Na câmera 4, duas pessoas foram mortas e penduradas nas paredes.
Na câmera 5, Messias perdido, sendo morto por um golpe muito forte.
Igor e Eduardo dizem:
- ...
- ...
Igor e Eduardo ficaram sem palavras.
Yasmim estava ajudando Kauany, que tinha acordado.
Eduardo diz:
- Tá todo mundo bem?
- Sim – todos respondem.
- Então, vamos embora. Igor, o que mais o zelador falou?
- Ele falou que tem alguns túneis lá embaixo.
- Beleza, então vamos para lá. Vai na frente, aí a gente te segue.
- Tá.

***

Igor fala:
- Chegamos.
Olhando para todos, Eduardo avista uma pessoa e diz:
- Igor, atrás de você!
- O quê? Ah, ah, ah! – e correu.
Um monstro, que estava atrás dele, corria super rápido e o pegou. Igor grita:
- Socorro, ele tá me mastigando!
Eduardo fala:
- Igor!!! Fala alguma coisa!
Eduardo, Kauany e Yasmim correm atrás dele. Igor não estava falando e os três estavam preocupados.
Igor então diz:
- Ah, ah, ah.
- O que é isso?
Igor sai voando por cima dos três e explode.
- Não, não! – diz Eduardo, chorando.
Kauany diz:
- Vamos, Edu, vamos sair daqui!
Eduardo diz:
- Olha a saída ali, corram! Vão, corram o mais rápido possível.
E Yasmim diz:
- Vão vocês, sejam felizes, vão.
- Por quê?
- Só corram.
E Eduardo ouve gritos saindo lá de trás.
- Corre, Yasmim!
-Não.
- Vamos então, Kauany.
- Sim.
- Olhe, uma porta, vem, passe por ela e tranque-a.
- Tá.
Quando eles passaram pela porta e trancaram, viram uma escada. Eles subiram e viram que era uma cidade e pediram um táxi para irem a suas casas.

Pensa que acabou? Kauany e Eduardo ficaram ricos com as notícias do hospital e eles sempre ouvem vozes que só na próxima história que eu vou contar.


Eduardo 5ª.D

A diferença entre Câncer Físico e o Câncer Emocional - Gustavo 5a.B

O primeiro texto do concurso é o do Gustavo da 5a.B.
Um conto emocinante... venha conferir!!!


A diferença entre o Câncer Físico e o Câncer Emocional

Havia uma menina chamada Taína. Ela era sociável, bem-humorada, divertida, valorizava seus longos cabelos morenos e tinha um grande sonho, o de ser médica pediatra. Mas era indisciplinada, não estudava para as provas, não lia livros, não tinha garra. Os amigos não davam nenhum crédito quando dizia que ia ser pediatra.
A bela e alegre Taína vivia sem grandes tempestades, até que passou pelo mais dramático vendaval, pela mais angustiante experiência. Enquanto brincava e corria na praia num final de semana com seus amigos, sentiu tonturas e levou subitamente um tombo na areia.
Os amigos deram risadas pensando que ela tinha tropeçado. Mas não tropeçou, ela tinha desmaiado. Demorado um tempo, ela não se levantava. Os amigos a levaram ao Pronto-socorro, e aí veio o diagnóstico que mostrou que Taína tinha Leucemia. Taína e seus amigos ficaram com cara de espanto, não acreditavam naquilo.
Quando Taína foi contar para seus pais o que tinha acontecido, ficou muito nervosa, mas sentou-se junto com os pais e contou tudo. Os pais de Taína foram procurar uma clínica para ajudá-la.
Quando Taína soube que tinha que raspar a cabeça, correu para o banheiro e começou a chorar. Andando no hospital, viu crianças rindo muito, mas todas carecas. Taína perguntou a uma das meninas que ali estavam:
- Como você se sente sem cabelos, sente falta?
E a menina disse:
- No começo, chorei muito, mas depois soube que foi para o meu bem e me acostumei.
Taína, que tinha o sonho de ser pediatra, ficou impressionada com a resposta da garota.
No outro dia, na sala de aula, teve mais disposição para fazer a lição. Até os professores acharam estranho o comportamento da menina, pois não sabiam da doença. No mesmo dia, Taína teve que raspar a cabeça, chorando muito, com coragem e, muito pensativa, falou quando se olhou no espelho:
- O que as pessoas da escola vão pensar de mim?
Quando chegou na sala de aula, todos ficaram espantados. Taína ficou abalada. Mas no outro dia, quando chegou na sala, mais que a metade de seus amigos tinham raspado a cabeça. Taína ficou muito alegre.
Passaram-se cinco anos e Taína completou a faculdade de Pediatria. E ela entendeu que o câncer físico que a estava matando pouco a pouco era diferente do câncer emocional de outras pessoas que iam morrendo pelo que pensavam e pelo que sentiam.



Gustavo 5ª. B

sábado, 23 de novembro de 2013

Inspirando-se: Bom Dia!!

Bom dia!!
Carlos Drummond de Andrade

Bom dia: eu dizia à moça
que de longe me sorria.
Bom dia: mas da distância
ela nem me respondia.
Em vão a fala dos olhos
e dos braços repetia
bom-dia a moça que estava
de noite como de dia
bem longe de meu poder
e de meu pobre bom-dia.

Bom-dia sempre: se acaso
a resposta vier fria ou tarde vier,
contudo esperarei o bom-dia.
E sobre casas compactas
sobre o vale e a serrania
irei repetindo manso
a qualquer hora: bom dia.
Nem a moça põe reparo
não sente, não desconfia
o que há de carinho preso
no cerne deste bom-dia.

Bom dia: repito à tarde
à meia-noite: bom dia.
E de madrugada vou
pintando a cor de meu dia
que a moça possa encontrá-lo
azul e rosa: bom dia.

Bom dia: apenas um eco na mata
(mas quem diria)
decifra minha mensagem,
deseja bom o meu dia.
A moça, sorrindo ao longe
não sente, nessa alegria,
o que há de rude também
no clarão deste bom-dia.
De triste, túrbido, inquieto,
noite que se denuncia
e vai errante, sem fogos,
na mais louca nostalgia.
Ah, se um dia respondesses
Ao meu bom-dia: bom dia!
Como a noite se mudara
no mais cristalino dia!

Inspirando-se: "E agora, José?" De Carlos Drummond, recitado por Paulo Autran

Inspirando-se: Saber Viver

Saber Viver

Cora Coralina


Não sei... se a vida é curta

ou longa demais para nós, 
mas, sei que nada
do que vivemos tem sentido, 
se não tocamos o coração das pessoas.



Muitas vezes basta ser:
o colo que acolhe, 
o braço que envolve,
a palavra que conforta,
o silêncio que respeita,
a alegria que contagia,
a lágrima que corre,
o olhar que acaricia,
o desejo que sacia,
o amor que promove.



E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais,
mas que seja intensa, verdadeira,
pura enquanto ela durar...





Inspirando-se: O Homem cuja orelha cresceu

O homem cuja orelha cresceu
Ignácio de Loyola Brandão

Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam a cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado.

Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero.

Ao acordar, viu aos pés da cama o monte de uns trinta centímetros de altura. A orelha crescera e se enrolara como cobra. Tentou se levantar. Difícil. Precisava segurar as orelhas enroladas. Pesavam. Ficou na cama. E sentia a orelha crescendo, com uma cosquinha. O sangue correndo para lá, os nervos, músculos, a pele se formando, rápido. Às quatro da tarde, toda a cama tinha sido tomada pela orelha. O escriturário sentia fome, sede. Às dez da noite, sua barriga roncava. A orelha tinha caído para fora da cama. Dormiu.

Acordou no meio da noite com o barulhinho da orelha crescendo. Dormiu de novo e quando acordou na manhã seguinte, o quarto se enchera com a orelha. Ela estava em cima do guarda-roupa, embaixo da cama, na pia. E forçava a porta. Ao meio-dia, a orelha derrubou a porta, saiu pelo corredor. Duas horas mais tarde, encheu o corredor. Inundou a casa. Os hospedes fugiram para a rua. Chamaram a polícia, o corpo de bombeiros. A orelha saiu para o quintal. Para a rua.

Vieram os açougueiros com facas, machados, serrotes. Os açougueiros trabalharam o dia inteiro cortando e amontoando. O prefeito mandou dar a carne aos pobres. Vieram os favelados, as organizações de assistência social, irmandades religiosas, donos de restaurantes, vendedores de churrasquinho na porta do estádio, donas-de-casa. Vinham com cestas, carrinhos, carroças, camionetas. Toda a população apanhou carne de orelha. Apareceu um administrador, trouxe sacos de plástico, higiênicos, organizou filas, fez uma distribuição racional.

E quando todos tinham levado carne para aquele dia e para os outros, começaram a estocar. Encheram silos, frigoríficos, geladeiras. Quando não havia mais onde estocar a carne de orelha, chamaram outras cidades. Vieram novos açougueiros. E a orelha crescia, era cortada e crescia, e os açougueiros trabalhavam. E vinham outros açougueiros. E os outros se cansavam. E a cidade não suportava mais carne de orelha. O povo pediu uma providência ao prefeito. E o prefeito ao governador. E o governador ao presidente.

E quando não havia solução, um menino, diante da rua cheia de carne de orelha, disse a um policial: "Por que o senhor não mata o dono da orelha?"


O texto acima foi extraído do livro "Os melhores contos de Ignácio de Loyola Brandão", seleção de Deonísio da Silva, Global Editora — São Paulo, 1993, pág. 135.

Inspirando-se: O homem que viu o lagarto comer seu filho

O homem que viu o lagarto comer seu filho

Ignácio de Loyola Brandão
para Ligia Sanchez


    Era uma noite de terça-feira, e eles viam televisão deitados na cama. Quase uma da manhã, estava quente. Ele levantou-se para tomar água. A casa silenciosa, moravam num bairro tranqüilo. Não havia ruídos,poucos carros. Ao passar pelo quarto das crianças, resolveu entrar. Empurrou a porta e encontrou o bicho comendo o menino mais velho, de três anos e meio. Era semelhante a um lagarto e, na penumbra, pareceu verde. Paralisado, não sabia se devia entrar e tentar assustar o animal, para que ele largasse a criança. Ou se devia recuar e pedir auxílio. Ele não sabia a força do bicho, só adivinhava que devia ser monstruosamente forte. Ao menos, forte demais para ele, franzino funcionário. E meio míope, ainda por cima. Se acendesse a luz do corredor, poderia verificar melhor que tipo de animal era. Mas não se tratava de identificar a raça e sim de salvar o menino. Ele tinha a impressão de que as duas pernas já tinham sido comidas, porque os lençóis estavam empapados de sangue. E a calça do pijama estava estraçalhada sob as garras horrendas do bicho repulsivo. Como é que uma coisa assim tinha entrado pela casa adentro? Bem que ele avisava a mulher para trancar portas. Ela esquecia, nunca usava o pega ladrão. Qualquer dia, em vez de um bicho, haveria um homem roubando tudo, a televisão colorida, o liquidificador, as coleções de livros com capas douradas, os abajures feitos com asas de borboletas, tão preciosos. Pensou em verificar as portas, se estavam trancadas. Porém, percebeu um movimento no animal, como se ele tentasse subir para a cama. Talvez tivesse comido mais um pedaço do menino. Precisava intervir. Como? Dando tapinhas nas costas do lagarto — não lagarto? Não tinha antas em casa e o cunhado sempre dizia que era coisa necessária. Nunca se sabia o que ia acontecer. Ali estava a prova. Queria ver a cara do cunhado, quando contasse. Não ia acreditar e ainda apostaria duas cervejas como tal animal não existia. Pode, um lagartão entrar em casa através de portas fechadas e comer crianças? Olhou bem. Comer crianças não era normal, nem certo. Devia ser uma visão alucinada qualquer. Não era, O bicho mastigava o que lhe pareceu um bracinho e o funcionário teve um instante d ternura ao pensar naqueles braços que o abraçavam tanto, quando chegava do emprego à noite. Urna faca de cozinha poderia ser útil? Mas quanto o bicho o deixaria se aproximar, sem perigo para ele, o homem? Tinha de impedir o lagarto de chegar à cabeça. Ao menos isso precisava salvar. Não conseguia dar um passo, sentia-se pregado à porta. Preocupava-se. Todavia não se sentia culpado. Era uma situação nova para ele. E apavorante. Como reagir diante de coisas novas e apavorantes? Não sabia. Preferia não ter visto o lagarto, encontrar a cama vazia, as roupas manchadas de sangue. Pensaria em seqüestro ou coisas assim que lia nos jornais. Seqüestro o intrigaria, uma vez que ganhava pouco mais de dois salários mínimos e não tinha acertado na loteria esportiva. Era apenas um funcionário dos correios que entregava cartas o dia todo e por isso tinha varizes nas pernas. Se gritasse, o lagarto iria embora? Continuou pensando nas coisas que podia fazer, até que a mulher chamou, uma, duas vezes. Depois ela gritou e ele recuou, sempre atento para saber quanto o bicho tinha comido do filho. À medida que recuou perdeu a visão do quarto. Sentindo-se aliviado, pelo que não via. A mulher chamava e ele pensou: o menino não chorou, não deve ter sofrido. Voltou ao quarto ainda com esperança de salvá-lo pela manhã e decidiu nada dizer à mulher. Apagaram a luz, ele se ajeitou, cochilou. Acordou sen tindo um cheiro ruim e quando abriu os olhos viu sobre seu peito a pa ta, parecida com a do lagarto. Paralisado, não sabia se devia tentar as sustar o animal, ou tentar sair da cama e pedir auxílio. Pelo peso da pa ta, o bicho devia ser monstruosamente forte. Ao menos, forte demais para ele, franzino funcionário. Aí se lembrou que tinha dois sacos de cartas a entregar, era época de Natal e havia muitos cartões das pessoas para outras pessoas dizendo que estava tudo bem, felicidades. Tinha que tirar este bicho de cima. Não, hoje não haveria entregas. Nem amanhã, por muito tempo. O lagarto estava com metade de sua perna dentro da boca.


O texto acima foi extraído do livro "Os melhores contos de Ignácio de Loyola Brandão", seleção de Deonísio da Silva, Global Editora — São Paulo, 1993, pág. 117